Saiba mais sobre como a China está reagindo para conter o surto do Coronavírus, que se tornou uma emergência global. Veja os impactos imediatos na saúde e economia, e previsões dos membros do governo sobre o tema.
Desde que a OMS declarou estado de emergência global em razão do Coronavírus, a preocupação com o impacto desse surto no aspecto da saúde a nível mundial vem sendo razão de medo e preocupação. Até o dia 13 de Fevereiro de 2020, já haviam sido contabilizadas mais de 1.300 vítimas fatais por conta do vírus, que já se espalhou por diversos países.
Diante dessa emergência, o governo da China tem demonstrado grande agilidade em conter e impedir o aumento da propagação do Coronavírus, além de buscar soluções para seu extermínio. Além disso, especialistas, acadêmicos e membros do governo do Brasil e da China vêm abordando o caso e seus impactos mundiais. Além da preocupação principal e inegável com a saúde mundial, a consequente influência do surto no Comércio Exterior também foi um dos tópicos abordados.
Confira a seguir informações sobre esses temas e veja as expectativas para o que pode vir a seguir.
Portos estão monitorando a epidemia do Coronavírus
De acordo com a coordenadora de Infraestrutura e Meios de Transporte em Portos, Aeroportos, Fronteiras e Recintos Alfandegados da Anvisa, Viviane Vilela, o setor portuário privado está seguindo recomendações da Anvisa para prevenção ao coronavírus nas fronteiras brasileiras. O fato foi apontado em reunião promovida pela Conaportos (Comissão Nacional de Autoridades dos Portos) e coordenada pela Secretaria Nacional de Portos e Transportes Aquaviários do Ministério da Infraestrutura.
Confira a fala do Diretor-Presidente da ATP (Associação de Terminais Portuários Privados), Murillo Barbosa:
“Os portos privados estão cientes da gravidade da situação e possuem planos de contingência para informar as autoridades sobre possíveis casos do novo Coronavírus em tripulações de navios que fazem escala no Brasil.”
Estima-se que automatização das operações nos portos chineses ajuda a reduzir o risco de contaminação por não demandar grande contato com os chineses. O subsecretário de Inteligência e Estatísticas da Secretaria de Comércio Exterior do Ministério da Economia, Herlon Brandão, comentou, em outra ocasião, que “por um procedimento padrão, os tripulantes são orientados a não deixar o navio durante o descarregamento”.
De qualquer maneira, os planos de prevenção e contingência dos próprios portos, de acordo com diretrizes da Anvisa, incluem:
- intensificar limpeza e desinfecção;
- reforçar a utilização de equipamentos de proteção individual;
- manter postos médicos em alerta.
Os portos são orientados a reportar suspeitas imediatamente à Anvisa em caso de suspeita do vírus em tripulantes. A coordenadora Viviane Vilela ressaltou recomendações:
- o comandante deve reportar imediatamente à Anvisa;
- o tripulante deve ficar isolado e utilizar máscara;
- os terminais devem veicular informes sonoros da Anvisa sobre o vírus nos portos.
O novo vírus ainda não impactou exportações brasileiras
Estatísticas registraram uma queda nas exportações brasileiras em Janeiro de 2020:
- queda de 9,3% em relação ao mesmo mês do ano anterior;
- déficit comercial de US$ 2,697 bilhão;
- corrente de comércio (exportação + importação) em queda de 11,2 %;
- importação e exportação forte contração.
Porém, é indispensável ressaltar que esses impactos não foram originados pelo Coronavírus, assim como informado pelo membro do Ministério da Economia, Herlon Brandão com base em conversas com os exportadores brasileiros. O que um dos principais motivos desse recuo foi a “doença que prejudicou o rebanho suíno chinês, que diminuiu as vendas de soja e de milho, usados como ração para porcos”.
Entretanto, o subsecretário Herlon Brandão apontou que isso pode chegar a mudar no médio prazo. O motivo disso seria uma eventual desaceleração da economia da China, país que é o principal parceiro comercial do Brasil tanto nas exportações quanto nas importações.
Há quem aposte que, a partir de Fevereiro, o comércio com a China deva reduzir ainda mais. Para Herlon Brandão, “o Brasil sofreria menos com o impacto do Coronavírus sobre as exportações porque o país vende produtos agropecuários aos chineses”. Ou seja, se tratam de produtos mais indispensáveis por estarem ligados diretamente a alimentação da população.
O ministro conselheiro da Embaixada da China, Qi Yuhui, comentou o caso em entrevista exclusiva à Agência Brasil. De acordo com ele, o Coronavírus causará menos impacto não apenas na saúde da população mundial, mas também na economia, se comparado a outros surto já registrados na história.
O diplomata chinês comentou sobre como a China está mais bem preparada para tratar desse problema de grande escala. “Estamos confiantes. A economia chinesa é mais resistente e o governo tem recursos, tem confiança e tem o apoio da cooperação para vencer essa batalha”, teria dito ele. Sem dúvidas, essa capacidade de combater o vírus vai influenciar positivamente a reação da economia e dos mercados.
A China está sendo ágil ao lidar com o Coronavírus
Qu Yuhu, apontou na entrevista citada que a descoberta do código genético do Coronavírus pelos cientistas locais foi ágil. A província de Hubiei, onde o surto se iniciou, foi isolada e Wuhan, metrópole considerada o epicentro do surto de coronavírus, está sendo preparada para lidar com ele. Dois novos hospitais estão sendo construídos: Huoshenshan (Montanha do Deus do Fogo) e Leishenshan (Montanha do Deus do Trovão).
Combater a epidemia com essa agilidade é uma forma de aliviar a demanda de hospitais locais e possibilitar um melhor tratamento dos pacientes, de forma regular e padronizada. O principal objetivo é reduzir as chances de propagação da doença, o que traz mais confiança à população.
Agora que você está ciente dos impactos do Coronavírus, continue buscando informações sobre o tema. Diariamente, novas informações sobre o tema são divulgadas. Fique ligado também nas atualidades em relação ao Comércio Exterior. Confira esse conteúdo sobre China e EUA, os maiores parceiros comerciais do Brasil.