Veja as estatísticas relativas às relações comerciais com os maiores parceiros comerciais do Brasil, China e EUA, em 2019. Aprofunde-se no histórico e atualidades que giram em torno dessas parcerias.
As relações comerciais entre a China e os Estados Unidos, maiores parceiros comerciais do Brasil, têm se mantido em pauta desde o final do ano de 2019. Os acontecimentos que provocaram e formaram as disputas comerciais entre as duas potências mundiais impactaram e ainda podem atingir o mercado brasileiro.
A seguir, você confere as estatísticas de exportação e importação brasileiras em 2019 para a China e os EUA. As quantias indicadas foram levantadas considerando o valor FOB (Free On Board ou Livre a bordo) das operações de comércio exterior. Esse valor consiste em uma modalidade das regras de Incorterms mais utilizada para cálculo do frete em relações comerciais internacionais B2B. Seu valor não inclui o preço dos produtos.
Além disso, confira os principais produtos exportados e importados pelo Brasil, que se encontram discriminados de acordo com a descrição NCM (Nomenclatura Comum do Mercosul) das mercadorias. Vale relembrar que o código NCM consiste é um sistema utilizado pelo Brasil para realizar a Classificação Fiscal de Mercadorias.
Após se inteirar das estatísticas e levantamentos em questão, confira informações relevantes sobre o histórico da relação comerciais do Brasil com China e EUA. Veja também as últimas novidades que podem ditar o curso das operações de Comex brasileiras nos próximos meses.
Dados de Exportação
China
Em 2019, o Brasil exportou o equivalente a US$62.871.652.107 (Valor FOB).
Principais produtos exportados para este destino:
- Soja, mesmo triturada, exceto para semeadura;
- Óleos brutos de petróleo;
- Minérios de ferro e seus concentrados, exceto as piritas de ferro ustuladas (cinzas de piritas), não aglomerados;
- Pastas químicas de madeira, à soda ou ao sulfato, exceto pastas para dissolução, semibranqueadas ou branqueadas, de não coníferas;
- Carnes desossadas de bovino, congeladas.
EUA
Em 2019, o Brasil exportou o equivalente a U$29.560.580.499 (Valor FOB).
Principais produtos exportados para este destino:
- Óleos brutos de petróleo;
- Outros produtos semimanufaturados de ferro ou aço não ligado, de seção transversal retangular, que contenham, em peso, menos de 0,25 % de carbono;
- Outros aviões e outros veículos aéreos, de peso superior a 15.000 kg, vazios;
- Outras gasolinas, exceto para aviação;
- Pastas químicas de madeira, à soda ou ao sulfato, exceto pastas para dissolução, semibranqueadas ou branqueadas, de não coníferas.
Dados de Importação
China
Em 2019, o Brasil importou o equivalente a U$35.270.400.750 (Valor FOB).
Principais produtos importados desta origem:
- Plataformas de perfuração ou de exploração, flutuantes ou submersíveis;
- Outras partes para aparelhos receptores de radiodifusão, televisão, etc;
- Outras partes para aparelhos de telefonia/telegrafia;
- Células solares em módulos ou painéis;
- Terminais portáteis de telefonia celular.
EUA
Em 2019, o Brasil importou o equivalente a U$30.086.105.189 (Valor FOB).
Principais produtos importados desta origem:
- Gasóleo (óleo diesel);
- Outras gasolinas, exceto para aviação;
- Hulha betuminosa, não aglomerada;
- Óleos brutos de petróleo;
- Naftas para petroquímica.
Relações entre os maiores parceiros comerciais do Brasil
China
De acordo com análise publicada pelo Jornal do Comércio, a China se tornou o principal mercado de destino das exportações brasileiras. O motivo disso seria a expansão em volume exportado, e não em preço. A análise do ano de 2018 indica aumento de participação da China também nas importações:
- Exportações: aumento de 4,2%, em 2002, para 26,6%.
- Importações: aumento de 3,3%, em 2002, para 19,2%.
Vale lembrar que, em 2019, China e Estados Unidos, os maiores parceiros comerciais do Brasil, passaram por um período conturbado de implantação de tarifas exorbitantes que provocaram um acirramento comercial entre os países. Quando a China suspendeu importações de produtos agrícolas dos EUA por este motivo, o Brasil atuou como seu principal parceiro comercial, o que potencializou as exportações de grãos de origem brasileira. Além disso, no primeiro semestre de 2019, a China sofreu os impactos da gripe suína provinda da África. Novamente, o Brasil atuou como o principal exportador de carne para o país nesse período.
Após as disputas comerciais entre as potências, em Dezembro de 2019, ambos anunciaram um acordo preliminar para amenizá-las. De acordo com matéria dos Estadão sobre a “fase 1” do acordo com EUA e China acordo, “Washington concordou e, reduzir parte das tarifas impostas a produtos chineses e Pequim se comprometeu a compra de produção agrícola americana”. A matéria ressalta que o “Brasil tem substituído os EUA na exportação de soja para a China” e, agora, dependerá do volume de importações que a China realizará dos Estados Unidos.
Já em matéria do G1 sobre o acordo EUA-China, para o economista e ex-diretor do Banco Central, Tony Volpon, a maior participação dos EUA no mercado chinês não representa risco às exportações brasileiras. Estima-se que os mercados dos quais a China deixa de comprar se tornarão novos mercados para o Brasil. Além disso, a quebra de confiança do país com os EUA fará com que a China mantenha proximidade com outros países fornecedores de produtos agrícolas, como é o caso do Brasil.
EUA
De acordo com matéria do Nexo sobre o histórico da relação comercial entre Brasil e EUA, as relações comerciais entre Brasil e EUA são antigas e, nas últimas décadas, passaram por pelo menos 4 fases distintas:
- 1997 – 2001: Brasil importou mais do que exportou para os EUA.
- 2002 – 2008: Brasil expandiu exportações e passou a ser superavitário.
- 2008 – 2011: EUA reduziram drasticamente as compras do Brasil com a crise de 2008.
- 2011 – 2014: Brasil importou mais que os EUA e atingiu o pico de importações em 2013.
Atualmente, com a crise que o Brasil vem sofrendo nos últimos anos, tanto os EUA quanto o Brasil reduziram suas importações em geral. A balança comercial se tornou praticamente neutra, como foi possível observar nos dados estatísticos. Atualmente, é claro o desejo do atual governo de Jair Bolsonaro de reforçar laços com o governo do presidente americano, Donald Trump.
O G1 divulgou recentemente que os Estados Unidos defenderam entrada do Brasil na OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico). O grupo atua na discussão de políticas públicas e econômicas e é conhecido como o grupo dos países mais ricos do mundo. O processo de entrada no grupo pode levar alguns anos, mas a própria indicação já auxilia na atração de mais investimentos aos país. Ser um membro da OCDE confere ao Brasil um status de país alinhado com práticas dos “gigantes” mundiais.
Você se inteirou sobre as relações de Comex com os maiores parceiros comerciais do Brasil. Vale ressaltar que o tema do acordo comercial entre China e EUA precisa continuar sendo acompanhado de perto. Somente assim é possível estimar os impactos que serão, de fato, sofridos pelo Brasil no que diz respeito ao Comércio Exterior.
Essas mudanças de cenário podem fazer surgir oportunidades únicas para quem atua no comércio internacional. Mas, antes de tomar quaisquer decisões para o seu negócio, vale lembrar que, para concretizar operações de Comex, é sempre necessário realizar uma análise de viabilidade. Com esse estudo, é possível considerar não apenas os impactos do cenário econômico e político mundial, mas outros aspectos indispensáveis como questões logísticas, tributárias e aduaneiras. Dessa forma, seu negócio pode tomar decisões mais bem informadas e realizar um planejamento minucioso das operações.
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