exportação de autopeças
Exportação de autopeças: quais as perspectivas das vendas para os EUA?

Exportação de autopeças: quais as perspectivas das vendas para os EUA?

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A exportação de autopeças do Brasil para os EUA registrou aumento. Compreenda o cenário atual do setor automotivo nos EUA e as tendências para o período pós-pandemia.

Os Estados Unidos são o segundo maior comprador do Brasil no que diz respeito à exportação de autopeças. Os dois países sofreram impactos neste setor por conta dos efeitos da pandemia de Novo Coronavírus no Comércio Exterior, que levou a escassez de fornecimento de peças eletrônicas essenciais na montagem de modelos de veículos mais atualizados.

Apesar dos entraves provocados pela crise sanitária global, no ano de 2021, as vendas de autopeças para os Estados Unidos já registraram aumento. Com a demanda doméstica do país ganhando força novamente, graças à sua recuperação econômica, há boas expectativas de que as vendas vão voltar a alcançar os patamares atingidos antes da crise ainda neste ano.

Confira a seguir dados a respeito da importação, exportação bem como as relações comerciais entre os dois países nesse setor. 

Compreenda a recuperação do setor automotivo nos EUA

Em 2020, observou-se uma recuperação da produção fabril nos EUA após os impactos da pandemia no setor automotivo. As restrições de logística e transporte provocaram uma inevitável queda na oferta dos fornecedores do setor, segundo o Instituto de Gestão de Fornecimento (ISM). A escassez de chips semicondutores foi um fator essencial para que as montadoras diminuíssem o ritmo de produção. 

Em março de 2021, a produção nas fábricas de veículos recuperou 2,8% com o fortalecimento da demanda doméstica por veículos nos EUA. Já a produção manufatureira recuperou 2,7% graças à influência do forte estímulo fiscal no país, que vinha alimentando a demanda por bens. Entretanto, a falta de eletrônicos nos EUA ainda assombra as montadoras, que têm buscado poupar as fábricas mais lucrativas, aquelas que produzem picapes e SUVs. 

O problema da falta de semicondutores já levou várias montadoras, como GM, Ford, Honda e Toyota, a interromper ou reduzir sua produção no país. Esses componentes têm sido cada vez mais utilizados nos veículos modernos (motores, direção assistida, freios, centrais eletrônicas e até bancos). Estima-se que a escassez de semicondutores vai reduzir em US$ 60,6 bilhões a receita da indústria automotiva mundial em 2021. 

Veja quais são os desafios para o mercado automotivo brasileiro

Os efeitos da pandemia levaram a uma instabilidade na cadeia tanto global quanto local e, com a falta de abastecimento de semicondutores, instaurou-se uma crise das fábricas no Brasil. Diversas montadoras anunciaram a suspensão da produção. Dados da Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores) de março de 2021 mostraram que, até aquele momento, estavam paradas ou com produção substancialmente reduzida as seguintes: 

  • Mercedes;
  • Renault;
  • Scania;
  • Toyota;
  • Volkswagen;
  • Volkswagen Caminhões e Ônibus;
  • BMW;
  • Agrale;
  • Honda;
  • Jaguar;
  • Nissan. 

O anúncio da saída da Ford do Brasil em Janeiro do mesmo ano já havia servido de alerta. A principal justificativa, além, dos impactos da pandemia, foi a “continuidade do ambiente econômico desfavorável”. Das 3 fábricas, duas (situadas na Bahia e em São Paulo) tiveram as atividades encerradas de maneira imediata, e a última (no Ceará), ficou programada para parar até o quarto trimestre de 2021. 

O cenário de crise na indústria automotiva brasileira deve impactar não só a produção industrial, mas também o desempenho do PIB em 2021. Cláudio Considera, economista coordenador do Monitor do PIB do Ibre-FGV (Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas) aponta dados:

“Estima-se que o PIB do país deve cair 0,5% no primeiro trimestre e outro 0,5% no segundo trimestre. Ainda assim, o instituto projeta alta de 3,2% do PIB no ano, contando com o avanço da vacinação e reabertura gradual das atividades no segundo semestre.”

Perspectivas para o mercado automotivo no pós pandemia

No que diz respeito às expectativas para a exportação de autopeças, apesar das instabilidades, estima-se que este mercado deve voltar aos patamares atingidos antes do período da crise sanitária global ainda em 2021. Alguns fatores que podem colaborar para isso são a cotação do dólar e a recuperação econômica dos principais países compradores de produtos para o mercado automobilístico, ou seja, Argentina, Estados Unidos e México.

No acumulado do primeiro bimestre de 2021, o déficit comercial do setor aumentou. As exportações de autopeças recuaram 10,9%, com a venda de US$ 937,7 milhões. Entretanto, as vendas para alguns dos principais parceiros aumentaram neste período:

  • Argentina: aumento de 4,5%, totalizando US$ 240,1 milhões.
  • Estados Unidos: aumento de 6,5%, totalizando US$ 157,6 milhões.
  • México: recuo de 7,8%, totalizando US$ 119,6 milhões.
  • Alemanha: manutenção da faixa de US$ 69 milhões.
  • Itália: aumento de 133,2%, totalizando US$ 52,4 milhões.

Pesquisa intitulada “Cenários para a Indústria Automobilística Brasileira” mostrou que, apesar das paralisações, o setor automotivo foi estimulado a inovar. A pandemia permitiu avanços nos estudos nas áreas de:

  • mobilidade;
  • veículos autônomos;
  • conectividade;
  • digitalização de processos;
  • eletrificação.

 

Como visto, mesmo com as instabilidades, a exportação de autopeças para os Estados Unidos se manteve. Entretanto, essa é apenas uma das muitas saídas para quem pretende internacionalizar seu negócio a fim de se tornar menos independente do mercado nacional. 

Os Estados Unidos possuem a maior economia do mundo e são, também, o principal destino de empresários que querem expandir as operações para outros países. Já considerou expandir seu negócio para o país?

Confira agora esse artigo com as vantagens da abertura de empresas nos EUA.

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