Os impactos do coronavírus no Comércio Exterior atingiram em cheio a economia brasileira e influenciaram as relações com parceiros comerciais. Veja quais os principais fatores a projetar para o futuro de acordo com estudos e análises.
A China e os Estados Unidos são, nesta ordem, os dois principais parceiros comerciais do Brasil. A pandemia de Novo Coronavírus teve início em janeiro de 2020, na China, e impactou essas três nações de formas diferentes. Após um ano da eclosão da pandemia, o mundo ainda continua tentando lutar contra esse desafio em diversas frentes. Já é possível observar alguns dos impactos do coronavírus no Comércio Exterior, mas ainda é preciso manter-se vigilante em relação ao futuro.
Houve investimento e interesse global em garantir uma vacina contra a COVID-19 com o máximo de eficiência possível num curto prazo. Diante disso, países ao redor do mundo deram início às vacinações. Enquanto isso, os diversos setores da economia tentam prever os impactos remanescentes da pandemia para definir seus próximos passos.
Veja as informações a seguir e informe-se. Confira algumas análises sobre o cenário anterior e concomitante à pandemia de Novo Coronavírus e veja também o que analistas e empresários esperam para o período a partir do ano de 2021.
Como estava o comércio internacional antes da pandemia?
Antes da epidemia de Coronavírus na China se tornar uma preocupação mundial, a economia global caminhava para uma desaceleração. Tratava-se de um período já previsto e observado anteriormente na história do sistema capitalista, no qual a relação entre oferta e demanda no comércio internacional se torna mais equiparada e é necessário reduzir a produção para garantir a estabilidade dos preços.
Em meio a esse contexto, o Brasil vinha sofrendo uma crise não apenas econômica, mas também política e social, antes mesmo do ano de 2020. O crescimento do desemprego, a crescente desvalorização do real, bem como a polarização e crescimento da instabilidade política são alguns dos sintomas mais latentes.
Apesar dessa conjuntura, China e Estados Unidos continuaram cumprindo os papéis de principais parceiros comerciais do Brasil. Em 2019, as transações entre Brasil e China se mostraram vantajosas. O Brasil exportou o equivalente a US$ 62.871.652.107 enquanto importou o equivalente a US$ 35.270.400.750 (valores FOB). Já com relação aos Estados Unidos, a balança se manteve praticamente neutra. O Brasil exportou o equivalente a U$ 29.560.580.499 e importou o equivalente a U$ 30.086.105.189 (valores FOB).
Além de indicadores econômicos, o sucesso do comércio exterior depende também de boas relações. Acordos e convenções estabelecidos pelos governos de cada país fazem total diferença no desfecho dessas relações. Por isso, é válido apontar que, ainda em 2019, EUA e China foram os protagonistas de uma guerra comercial. A implementação de tarifas exorbitantes por parte dos EUA fez com que a China suspendesse importações de produtos agrícolas estadunidenses. Em meio a esse cenário, o Brasil teve a oportunidade de figurar como fornecedor de grãos para os chineses. A disputa entre China e EUA se amenizou com um acordo que foi feito entre os países pouco antes da eclosão da pandemia, em 2020.
Por que a pandemia de coronavírus impactou as importações e exportações?
A eclosão da pandemia na China freou o comércio exterior
Importar da China hoje tem um significado bastante diferente da concepção que se via até por volta dos início dos anos 2000. Antes, o país era conhecido pela capacidade de produzir em grandes escalas, mas por pecar na qualidade dos produtos. Pesquisas realizadas pela Serpa China em 2020 demonstraram que o país já ultrapassou os Estados Unidos e se consolidou como a maior economia do mundo, liderando a produção e consumo mundiais (confira mais informações no episódio 6 do Podcast China: o poder da imperfeição).
O rápido desenvolvimento da China nas últimas décadas é inegável. Trata-se de um verdadeiro modelo de desenvolvimento de sucesso, que é extremamente visado hoje no comércio internacional. Como principal centro de fabricação mundial, o país continua oferecendo a vantagem de cobrir demandas das mais diversas escalas. Além disso, é possível observar enormes avanços na qualidade da fabricação e, inclusive, nas negociações com empresas chinesas. É cada vez mais viável importar da China com segurança e confiabilidade.
A China concretizou uma evolução no campo tecnológico que prova impactar todos os aspectos da vida: educação, alimentação, segurança, saúde, trabalho e também o Comércio Exterior. Graças às novas tecnologias, principalmente ao Big Data, tudo se tornou digital e automatizado no país; observar os resultados dessa evolução hoje é como ter um vislumbre do que será a realidade dos países desenvolvidos no futuro. Ian Lin e Samara Reis, respectivamente, CEO e Diretora da Serpa China, falam sobre esses avanços no webinar “Importadores: como tornar os negócios com a China mais seguros e minimizar riscos?” que pode ser assistido na íntegra no Youtube.
A China foi o primeiro epicentro de alastramento da COVID-19. Por cumprir esse papel de liderança e de grande importância no comércio mundial, os impactos do Coronavírus no Comércio Exterior começaram cedo por lá. O agravamento do número de vítimas da doença no país levou a um lockdown rigoroso, que provocou interrupções na produção fabril. Com isso, as cadeias regionais e globais sofreram consequências.
Publicação oficial do Governo de Minas Gerais sobre os Impactos do COVID-19 no comércio internacional apontou: “a desaceleração da China afetou diretamente a atividade de exportação de países ao redor do mundo, tendo um efeito imediato sobre o petróleo, o GNL, produtos agrícolas e metais”.
A globalização permitiu alastramento da crise sanitária e econômica
O processo de globalização é, sem dúvidas, o trilho que permite as relações de comércio entre as nações. As conexões estabelecidas entre países possibilitam a troca não apenas de mercadorias, mas de inovações tecnológicas. Entretanto, da mesma forma que uma inovação tecnológica se espalha rapidamente pelo globo por meio desta rede, os impactos do Coronavírus rapidamente se espalharam pelo mundo.
Após a eclosão da epidemia na China, casos da doença se alastraram rapidamente pela Europa e, em seguida, pelas Américas. Em alguns meses, muitas nações se encontravam em estado de calamidade. A publicação do Governo de MG citada apontou que “até março, segundo estatísticas da Organização Mundial da Saúde (OMS), já havia 186 países e territórios afetados pelo Covid-19”. A crise global de saúde provocou então um período de recessão econômica na mesma escala.
Valéria Mattoso, Diretora da Serpa Consultoria, explica que as restrições de deslocamento nos âmbitos comercial e doméstico afetaram enormemente os negócios. O cenário de isolamento social, com restrições impostas por autoridades governamentais em todo o mundo, tornou necessária a adaptação à plataforma virtual. As empresas passaram a fazer negócios de uma forma que, para muitas, é completamente fora do usual.
Quais foram os impactos do coronavírus no comércio exterior?
Crise logística
Uma das consequências dos impactos do Coronavírus no Comércio Exterior foi a crise logística que se instaurou. As operações chinesas foram paralisadas após as celebrações do ano novo chinês em 2020. Por consequência, houve um acúmulo de carga e falta de containers.
Matéria da revista Valor destacou que o frete marítimo na rota China-Brasil disparou:
“O custo das importações já vinha em alta no último trimestre e, nesta semana (primeira de janeiro), atingiu um patamar considerado inédito de US$ 10 mil por TEU (medida padrão usada para contêineres), segundo importadores e empresas de navegação. (…) A disparada ocorre também em outras rotas partindo da China. As viagens da Ásia para Europa e Estados Unidos atingiram valores acima da média, com mais de US$ 4 mil por TEU. (…) No auge da pandemia brasileira, entre março e julho, foram canceladas 23 viagens de navios da China. O número equivale a ao menos cinco semanas sem importações de contêineres do país. (…) Para tentar amenizar o gargalo, entre outubro e dezembro, as empresas de navegação acrescentaram 14 “extra-loaders” (navios adicionais), que ampliaram em cerca de 14% a capacidade na rota Xangai-Santos.”
O mesmo ocorreu com o frete aéreo mundial. Devido à falta de voos, as cargas passaram a ser entregues com atraso, causando impacto negativo para todos os stakeholders envolvidos na cadeia logística. Além disso, as altas tarifas de frete aplicadas afetaram todos os custos da cadeia de abastecimento.
A crise logística também teve como característica não apenas a alta nos valores, como também desaceleração no desembaraço de mercadorias nos recintos alfandegados. Um dos motivos disso foi a necessidade de redobrar os protocolos de vigilância sanitária.
Clientes do Grupo Serpa puderam acompanhar de perto esses movimentos de mercado, por meio dos nossos informativos semanais.
Novos formatos de negociação
Com feiras internacionais sendo canceladas ou adiadas por conta das restrições de circulação e viagem, uma das principais saídas para dar continuidade aos negócios internacionais B2B foi a realização desses eventos em plataformas digitais.
As empresas também lançaram mão da criatividade e utilizaram os recursos digitais, como as transmissões ao vivo no ambiente online, para promover debates, fornecer informações e continuar o relacionamento com seus stakeholders. Entretanto, em muitos casos, empresas que pretendiam internacionalizar seus negócios foram obrigadas a adiar seus projetos.
Commodities em alta, manufaturados em baixa
O comércio de commodities continuou aumentando mesmo em meio ao cenário caótico. Para Valéria Mattoso, da Serpa Consultoria, elas estão em primeiro lugar na pirâmide humana (alimentos), bem como na indústria de saúde. O contrário ocorreu com o setor de produtos manufaturados, que vem sofrendo a maior parte dos efeitos negativos desta crise internacional.
Reflexos na economia da China
De acordo com matéria do Banco Bexs, a China é a maior exportadora do mundo, domina 12% de todo o comércio global. Com as limitações que recaíram sobre as atividades comerciais, industriais e logísticas após os impactos do Coronavírus no Comércio Exterior “houve escassez de produtos chineses para abastecer diversos mercados”.
A publicação do Governo de MG citada apontou:
“Nos primeiros meses do ano (de 2020), a China assistiu sua produção industrial (que mede as atividades de manufatura, mineração e serviços públicos) despencar no maior ritmo das últimas três décadas. A indústria caiu 13,5% em janeiro e fevereiro, sendo o resultado mais fraco desde janeiro de 1990, impactando diretamente nas exportações e importações. As vendas no varejo caíram 20,5% em relação ao ano anterior, o maior declínio da série histórica.”
Matéria da FIA mencionada destacou que “só no primeiro trimestre de 2020, o PIB chinês sofreu uma queda de 6,8%, quando comparado ao mesmo período do ano anterior”.
Reflexos na economia do Brasil
Para facilitar o acesso a itens essenciais para combater a pandemia do Novo Coronavírus, a Camex (Câmara de Comércio Exterior) isentou uma série de produtos médico-hospitalares da tarifa do Imposto de Importação.
Os impactos do Coronavírus no Comércio Exterior também recaíram fortemente sobre o Câmbio. No primeiro trimestre de 2020, a depreciação do câmbio na ordem de 29,3% dificultou o andamento de diversas cadeias produtivas no Brasil. O real continuou sendo cada vez mais desvalorizado e, diante disso, o Comitê de Políticas Monetárias (Copom) do Banco Central (BC) tentou incentivar o consumo, baixando a taxa básica de juros, a Taxa Selic, que chegou a cair para 2% ao ano.
Por outro lado, como já apontado, a China é o maior parceiro comercial do Brasil. Esperava-se que o impacto da crise no país oriental trouxesse reflexos negativos para essa relação e, consequentemente, para o Brasil. Entretanto, surpreendentemente, o comércio entre os países teve alta inédita em 2020.
Além disso, a balança do comércio exterior brasileira fechou com saldo positivo em 2020. O superávit foi maior que do ano anterior, embora a motivação tenha sido as baixas nas importações e, principalmente, nas exportações. O recuo das exportações em dezembro foi puxado pela agropecuária, segundo a Comex do Brasil.
O que esperar para o Comércio Exterior a partir de 2021?
Possíveis cenários desfavoráveis ao Comércio Exterior
Nota Técnica do IPEA, lançada no 2º trimestre de 2020 sobre impactos preliminares da pandemia, aponta fatores que podem ajudar a agravar a crise, em caso de um cenário menos otimista nos próximos meses:
- Extensão da pandemia: se a crise sanitária crescer além do esperado em todas as previsões, com contínua disseminação do vírus e uma nova onda de contaminações e mortes, provocaria ampliação das consequências negativas.
- Rupturas em cadeias de valor globais: se empresas ao redor do mundo modificarem suas cadeias de fornecedores em grandes escala, internalizando atividades, a recuperação dos níveis de produção pré-crise e o seu crescimento tenderão a ocorrer mais lentamente, conforme as cadeias vão se reorganizando.
- Desequilíbrios econômicos e sociais: se houver a quebra de grande número de empresas, aumento da inadimplência, desemprego muito elevado e forte aumento da pobreza, isso acarretaria na redução do PIB potencial.
- Crise financeira: empresas podem se tornar impossibilitadas de cumprir compromissos e pagamento de dívidas. Países desenvolvidos sofreriam menos impacto por poderem contar com a solidez e liquidez dos bancos.
- Fuga de capitais de países emergentes: agravada pela crise, esta fuga poderia desvalorizar ainda mais o câmbio e trazer dificuldades aos países que não possuem reserva suficiente.
- Aumento do protecionismo: pode acontecer por meio de barreiras não tarifárias, para estimular a recuperação da produção doméstica, a internalização de cadeias produtivas e/ou evitar “surto” de importações conforme a atividade econômica se normalize.
Possíveis cenários favoráveis ao Comércio Exterior
Segundo a Nota do IPEA sobre os impactos do Coronavírus no Comércio Exterior, um fator que pode levar a resultados favoráveis no período após a pandemia de Novo Coronavírus é a efetividade das medidas de política econômica que estão sendo adotadas. A nível mundial, elas têm as seguintes características:
- estão sendo adotadas com mais rapidez que em crises anteriores;
- consistem em recursos mais elevados que os registrados em qualquer outra crise nos últimos cem anos;
- os governos estão tendo menor preocupação com restrições fiscais ou com o uso de políticas monetárias heterodoxas.
A agilidade das descobertas científicas capazes de combater o Novo Coronavírus também são cruciais nesse processo. Há pelo menos 7 imunizantes contra a COVID-19 já sendo aplicados na população em pouco mais de um ano após o início da pandemia. Veja quais são elas e número de países que as utilizam (dados de 10/02/2021):
- Pfizer/BionTech: 57
- Oxford/AstraZeneca: 32
- Moderna: 26
- Sinopharm: 9
- Sputnik V: 5
- CoronaVac: 5
- Covaxin (Bharat Biotech): 1
Crescimento dos acordos preferenciais
O cenário pós-pandemia poderia soar mais positivo para o agronegócio brasileiro. O país poderia aproveitar a oportunidade de demanda por commodities para ampliar exportações. Porém, serão poucas as chances de conquistar maior diversificação nas exportações devido ao crescimento dos acordos preferenciais.
A Nota Técnica do IPEA citada anteriormente aposta:
“superada a crise sanitária, a economia mundial, e o Brasil em particular, se depara com um ambiente de negócios internacionais mais propenso à imposição de restrições de vários tipos aos fluxos de comércio e talvez, também, aos fluxos de investimento direto estrangeiro. Nesse cenário, é bem provável que haja uma busca maior por acordos preferenciais, como forma de contornar as barreiras. (…) O peso das economias envolvidas nos grandes acordos plurilaterais e a ambição das agendas negociadas muito provavelmente afetarão a economia brasileira, em sua inserção internacional. É inevitável que a evolução das transações sob esses acordos seja monitorada com alguma preocupação.”
O que o Brasil deve esperar do Comex a partir de 2021?
Recuperação econômica lenta
Dentre os cenários possíveis apontados pelo IPEA, pode-se dizer que o que mais se aproxima da realidade no primeiro trimestre de 2021 é uma retomada lenta/recuperação modesta das atividades. Ou seja, com parte dos efeitos negativos da crise atual se estendendo nos primeiros meses do ano, o que limitaria o crescimento da atividade econômica mundial em comparação com cenários mais favoráveis:
“Para 2021, é razoável projetar uma recuperação do crescimento do comércio em função da recuperação do PIB. É muito provável que, após um ano de queda extraordinária, o comércio também tenha um crescimento acima do normal no ano da recuperação. Dados os três cenários para o PIB, o crescimento do comércio em 2021 pode ser de 4,0%, 7,0% ou 10,0%.”
Falta de suporte para investimentos no exterior
Artigo do Portal da Indústria destaca que o Brasil é o único do BRICS sem sistema de garantia no tocante a investimentos no exterior. Para Carlos Eduardo Abijaodi, diretor de Desenvolvimento Industrial da CNI, os mecanismos adotados pelas algumas das principais economias do mundo demonstram o entendimento de que “a internacionalização produtiva das empresas se trata de um processo positivo para as economias nacionais”.
Desafios para a produção industrial
As estatísticas de Sondagem Industrial do Portal da Indústria da edição de dezembro de 2020 mostraram a drástica queda da utilização média da capacidade instalada. O índice, que em fevereiro era próximo dos 70%, caiu para menos de 60% em março, e para menos de 50% em abril. Voltou a se recuperar durante os meses de maio e junho, se aproximando dos 70% em julho. O mês de outubro foi o mais produtivo, chegando a quase 75% de utilização. Em janeiro de 2021, o percentual de UCI (Utilização da Capacidade Instalada) média da indústria ficou em 69%.
O relatório aponta que a falta ou alto custo de insumos continuou sendo o principal problema enfrentado pela indústria no último trimestre de 2020, na opinião dos empresários. O segundo fator é a elevada carga tributária, seguido pela taxa de câmbio e pela demanda interna insuficiente. Ainda assim, as expectativas para 2021 são “de crescimento nos próximos seis meses da demanda, da quantidade exportada, do número de empregados e da compra de matérias-primas”.
A edição de janeiro de 2021 da Sondagem Industrial apresenta que “a queda de estoques foi menos intensa e disseminada que em meses anteriores e a distância entre o nível de estoque observado e o desejado pelas empresas, que já vinha em queda, continuou a diminuir”.
Redução do interesse de empresas estrangeiras
Matéria da Valor Econômico aponta que investimentos de multinacionais recuaram US$ 400 milhões em 2020, durante a pandemia. Estudo elaborado pela CNI aponta que o Brasil teve o pior desempenho em comparação aos países analisados, devido à falta de mecanismos governamentais. O principal motivo destacado pela CNI, que ouviu a opinião de 75 multinacionais que atuam no país, foi o custo tributário.
Somado a isso, a saída da Ford do Brasil no primeiro trimestre de 2021 é um sinal de alerta. Para o economista Marcos Lisboa, uma das lições da saída da Ford é que o grande desafio do Brasil é que o país ainda não tem escala para cumprir certas demandas de cadeias produtivas. Para ele, esse fato recai sobre a indústria automotiva, para a cadeia de petróleo, e outros setores.
Lisboa comenta que o problema que impede as indústrias brasileiras de conquistar essa capacidade é a falta de incentivo e, consequentemente, acesso à tecnologia, máquinas e equipamentos mais eficientes, vindos de outros países. O economista ressalta que indústria e fábrica de montagem se tratam de duas coisas distintas. A cadeia da indústria é bem mais ampla, e o comércio exterior é o que permite que um país opte por, dentre outras coisas, se especializar em etapas do processo produtivo e se tornar competitivo nessa área. Assim, pode produzir com eficácia o que tem capacidade para produzir, e compra de outros países aquilo que é especialidade deles. As empresas brasileiras têm dificuldade de conquistar essa especialização porque “têm que fazer tudo dentro do território nacional”, e por isso, não conseguem atingir os níveis de escala almejados.
Melhorias no funcionamento da Camex
Os impactos do Coronavírus no Comércio Exterior ainda apresentam diversos desafios a serem transpostos nesse período, ainda que o combate à pandemia tenha avançado. Pensando em fomentar a atuação da iniciativa privada no Comércio Exterior, em dezembro de 2020, a CNI formulou 65 recomendações para aprimorar a Camex, órgão-chave do governo na política comercial do Brasil. Dentre elas, vale destacar:
- Fazer consultas à iniciativa privada para elaborar uma Estratégia Nacional de Comércio Exterior anual.
- Ampliar o conselho consultivo do setor privado, que foi reativado.
- Garantir agilidade na publicação do regimento do comitê de alteração tarifária da Camex, com prazos e procedimentos para mudanças nas alíquotas de importação.
Conte com os serviços especializados da Serpa Consultoria
Agora você está ciente dos principais impactos do Coronavírus no Comércio Exterior após um ano do início da pandemia de Novo Coronavírus. O Grupo Serpa é completamente engajado com iniciativas que podem auxiliar empresas a transpor a crise sanitária e econômica. Nossos especialistas veem este cenário como uma oportunidade de engajar empresas no mercado internacional.
A Serpa Consultoria oferece ao mercado soluções para os desafios do cenário atual, atendendo às necessidades do mercado e dos clientes. Somos responsáveis pelas demandas de projetos e atuamos na indicação de benefícios fiscais assessorando em todas as áreas jurídicas, aduaneiras e tributárias, gerando redução de custos e garantindo segurança nas operações quanto à revisão tributária e aduaneira. Na medida em que preparamos as empresas para a internacionalização, atuamos prospectando compradores e fornecedores na China, Brasil e EUA, onde possui filiais e consultores.
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