Tendências apontam bom momento para exportar produtos do setor têxtil

2021-11-04T14:11:03-03:004 de novembro de 2021|Sem categoria|
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Considera exportar itens do setor têxtil e de confecções? Em 2021, a categoria já registrou aumento de 167,5%, considerando o acumulado até maio.

Exportar mercadorias do setor têxtil tem se mostrado uma aposta promissora para os produtores brasileiros. Além de ir na contramão da maioria dos produtos exportados pelo Brasil, por se tratarem de itens com maior valor agregado, o Brasil se destaca no mercado mundial para este setor pela magnitude de seu parque produtivo d e confecção, bem como sua capacidade de produção.

O mercado internacional demonstra uma tendência de se descentralizar dos mercados que dominam o setor, o que representa uma excelente oportunidade de expansão para produtores brasileiros. Os dados do setor para o comércio internacional em 2021 já são promissores e apontam alta. As estimativas para o fechamento do mesmo ano também indicam um cenário vantajoso. Informe-se a seguir.

Mercado têxtil internacional deve se tornar mais descentralizado

Um estudo sobre a competitividade da indústria têxtil e confecções brasileiras realizado na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) mostrou que, nas relações comerciais com o exterior, o Brasil exporta, majoritariamente, produtos primários, de menor valor agregado. Entretanto, no setor têxtil, especificamente, o país possui um padrão intraindustrial. Ou seja, compra e vende produtos com maior valor agregado, equiparando-se com o nível de sofisticação e industrialização de seus parceiros comerciais.  

O cenário do comércio intraindustrial é extremamente vantajoso. Demonstra um bom desenvolvimento econômico no setor no país e costuma estar atrelado ao acesso a grandes mercados consumidores. Como se tratam de produtos de maior valor agregado, também demonstram:

  • capacidade produtiva;
  • especialização;
  • eficiência sobre os custos. 

Essa e diversas outras características devem ser encaradas como fortes vantagens competitivas. Entretanto, ao analisar o setor, também é preciso levar seus desafios em consideração. Apesar de bem consolidada, a indústria têxtil brasileira ainda sofre os impactos do Custo Brasil, que engloba, por exemplo:

  • cultura de produção voltada para o mercado interno;
  • sistema tributário oneroso e complexo;
  • custo de crédito alto.

Por esse motivo, o setor encontra dificuldades em enfrentar a forte concorrência da Ásia no mercado mundial. Sobre esse aspecto, a boa notícia é que a ascensão da China como potência global pode acabar sendo vantajosa para o Brasil e possibilitar oportunidades de exportação no setor têxtil e de confecção.

Para Rafael Cervone, diretor executivo do Texbrasil (Programa de Internacionalização da Indústria Têxtil e de Moda Brasileira), haverá uma tendência de descentralização de mercados que dominam o setor, sendo a China o principal deles.  “Acho que no médio prazo vai gerar demanda para as nossas fábricas”, diz.

Brasil registra aumento nas exportações do setor têxtil em 2021

Ao contrário do que aconteceu com o mercado interno, houve alta nas exportações da indústria têxtil, mesmo durante a pandemia de Novo Coronavírus. Nos quatro primeiros meses de 2021, a ABIT (Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção) registrou aumento de 19,8%. Foram pelo menos 65 mil toneladas. No mesmo período de 2020, quando o Brasil sofreu o primeiro impacto da pandemia, foram exportadas 54 mil toneladas.

Outro dado promissor é que setor têxtil registrou aumento na balança comercial, após quedas em 2020. De acordo com o estudo Setorial em Comex, elaborado e divulgado pelo Centro Internacional de Negócios da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (FIEC), os valores acumulados até maio foram:

  • Exportações: US$21 milhões, aumento de 167,5%. 
  • Importações: US$45.8 milhões, aumento de 68,9%. 
  • Balança comercial: saldo negativo de US$24.7 milhões, aumento de 28%.

As projeções da ABIT para o setor têxtil em 2021 também são indicadores otimista para o setor, desde que se observe o seu histórico ao analisar os dados:

“As produções de manufaturas têxteis e de peças de vestuário no Brasil devem alcançar, em 2021, 2,09 milhões de toneladas e 5,81 bilhões de peças, marcas semelhantes às registradas em 2019 (2,05 milhões de toneladas e 5,94 bilhões de peças, respectivamente), último ano antes que o setor sentisse os impactos econômicos resultantes da pandemia de Covid-19.

Contudo, o presidente da Abit, Fernando Pimentel, ressalva que, embora os números pareçam altos, a comparação é sobre uma base baixa. Isso porque o setor vinha buscando se recuperar desde 2010 e, em 2019 estava reconquistando um crescimento mais sólido, mas foi atropelado pela pandemia, sendo um dos que mais sofreram.”

O principal mercado é o continente americano

Rafael Cervone, da Texbrasil, citado anteriormente, destaca que os principais parceiros comerciais do Brasil para exportar no setor têxtil são Argentina, Estados Unidos e Paraguai. “Cervone aponta que as empresas brasileiras precisam seguir alguns passos para terem sucesso fora, como manter uma posição nacional sólida no mercado, traçar estratégias adequadas para entrar nos países-alvo e ter habilidade para executar essas estratégias”.

Para quem atua no setor têxtil e deseja exportar, é importante ter em mente que pode ser necessário fazer adequações no produto oferecido, para que atenda às particularidades do mercado estrangeiro. Nesse artigo sobre exportação e internacionalização de empresas, Valéria Mattoso, advogada e sócia da Serpa Consultoria, empresa que faz parte do Grupo Serpa, apresenta um case de mercado que exemplifica esse fato.

 

Como se sabe, os Estados Unidos ocupam o lugar de segundo maior parceiro comercial do Brasil. Além de ser uma potência econômica mundial, possui, disparadamente, o maior mercado consumidor do globo. Já considerou exportar produtos do setor têxtil para o país? Entenda como exportar para os EUA em 5 passos.

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