Veja as vantagens e desafios na exportação trazidos pela alta do dólar

2020-03-12T15:17:23-03:0012 de março de 2020|Artigos sobre Exportação|
Tempo de leitura: 7 minutos

A alta do dólar vem progredindo cada vez mais e a cotação da moeda bateu recorde alcançando o valor de R$ 5,00 neste ano de 2020. Saiba quando e como o câmbio pode ser um potencializador de lucros nas exportações.

Em 2020, depois de progressivos aumentos, a cotação do dólar americano chegou a R$ 5,00. O valor do dólar é apurado e atualizado diariamente, ou até mesmo mais de uma vez por dia. Sua cotação, ou seja, sua relação com a moeda nacional, o real, é um dos principais métricas que medem a economia do país. Como o momento atual de instabilidade exemplifica, a cotação da moeda pode oscilar em curto espaço de tempo.

Em um cenário mais estável, a alta do dólar poderia representar um estímulo concreto às exportações e o consequente superávit na balança comercial. Porém, há diversas questões que as empresas exportadoras precisam levar em conta para garantir competitividade no mercado externo.

Entenda mais a fundo a seguir o que pode motivar ou desestimular a alta do dólar e veja exemplos de acontecimentos políticos e econômicos que vêm impactando a cotação da moeda no Brasil. Confira também algumas observações indispensáveis para que empresas consigam desenvolver, sustentar e potencializar operações de exportação em meio a um cenário instável.

Os motivos da alta do dólar

Há algumas razões gerais que ajudam a aumentar ou abaixar a cotação do dólar no Brasil, por exemplo:

  • oferta e demanda de dólar no país;
  • consumo de brasileiros no exterior e de estrangeiros no Brasil;
  • juros brasileiros e americanos;
  • déficit ou superávit da balança comercial;
  • crescimento ou decrescimento econômico;
  • mudanças no cenário político interno;
  • consequências de relações comerciais entre outros países;
  • acontecimentos que impactam fortemente a economia de países que são parceiros comerciais.

Podemos citar diversos exemplos que se enquadram nestes tópicos e que vem acontecendo no contexto do Brasil até 2020:

  • Resultado das eleições presidenciais de 2018, com a vitória de Jair Bolsonaro, que vem impactando desde então o cenário político e econômico brasileiro.
  • Ocorrência da peste suína, que atingiu a China no final de 2019, e deu origem à disputa comercial entre o país e os EUA. Estes por sua vez, são os dois principais parceiros comerciais do Brasil e as maiores potências econômicas mundiais. 
  • O surto de coronavírus, que teve origem na China em Janeiro de 2020. Esse acontecimento influenciou a saúde e economia global, gerando insegurança e estimulou a alta do dólar. 

A alta do dólar em 2020

Cotação do dólar a R$ 4,79

O início de 2020 foi marcado por um série de acontecimentos que culminaram no progressivo aumento da cotação do dólar americano. A queda de mais de 10% da Bolsa de Valores, na manhã do dia 9 de Março, merece destaque. Neste período, foram registradas vendas da moeda pelo valor de R$4,79. No período da tarde, após suspensão temporária de negociações na Bolsa, o índice Ibovespa registrou nova queda de 12,19%.

“A Bolsa brasileira teve as negociações suspensas durante 30 minutos por volta das 10h30 após despencar na manhã desta segunda-feira (9). A interrupção é um mecanismo automático, chamado de “circuit breaker”, acionado quando há uma queda de mais de 10% (…). Após a interrupção, a Bolsa voltou a operar em forte queda e chegou a cair mais de 10% novamente.”

Essa queda foi provocada pela cotação do petróleo no mercado internacional, que já vinha caindo há duas semanas. A OPEP (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) propôs a redução da produção para conter a desvalorização da commodity. Entretanto, a Rússia não apoiou essa ação, e a Arábia Saudita retaliou afirmando que faria o inverso. 

Com essa disputa comercial, o petróleo teve a maior queda desde a Guerra do Golfo. Essa baixa se somou com a insegurança mundial por conta do coronavírus, impactando em cheio a cotação do dólar e a economia mundial. 

Cotação recorde: R$ 5,00

Outro acontecimento ocorrido dias após este entrou para a história. No dia 12 de Março de 2020, a cotação do dólar chegou a R$ 5,00 pela primeira vez. A principal motivação foi o fato de a Organização Mundial de Saúde (OMS) ter classificado o surto de coronavírus como uma pandemia. A Bolsa de Valores voltou a sofrer, novamente, novos circuit breakers.

“A disparada do dólar acontece mesmo após uma atuação mais forte do Banco Central no mercado de câmbio com uma oferta de até US$ 2,5 bilhões em moeda à vista, cancelando o anúncio inicial de venda de até 1,5 bilhão feito no dia anterior.

A intensidade de alta do dólar nesta quinta, entretanto, diminuiu após o BC anunciar dois leilões extras de dólar em moeda à vista de até US$ 2,25 bilhão.

Essa alta recorde do dólar também foi influenciada pelas medidas tomadas pelo presidente norte-americano, Donald Trump, que proibiu viagens da Europa para os Estados Unidos por 30 dias. Outra razão foi o fato de o Congresso Nacional ter derrubado o veto presidencial que amplia acesso ao Benefício de Prestação Continuada (BPC), benefício pago a idosos e pessoas com deficiência.

O impacto da alta do dólar nas exportações

Quando se fala na alta do dólar, o que se espera é o aumento das exportações brasileiras e a consequente melhora no resultado da balança comercial. Primeiro, porque, com o real fraco, empresas do exterior compram mais produtos nacionais. Segundo, porque as exportadoras brasileiras gastam em real e recebem em dólar. Entretanto, é importante analisar que a atual alta do dólar, que progrediu bastante em 2020, tem uma característica específica: a instabilidade. 

Segundo José Augusto de Castro, presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), em entrevista sobre a alta do dólar, apesar das exportações costumarem se beneficiar da cotação alta, o dólar instável dificulta negócios na prática. Castro explicou que as oscilações constantes tornam difícil que importadores estrangeiros e exportadores brasileiros determinem um preço equilibrado e ideal para as duas partes. 

“O que acontece é que os importadores veem o que está acontecendo aqui, acham que o exportador está ganhando mais e já pedem desconto, porque acham que o exportador tem mais margem para negociar.

Além disso, na prática, quando o exportador vai negociar uma venda, ele tem que usar uma taxa de câmbio conservadora porque ele tem que saber o que vai ocorrer com o câmbio daqui a alguns anos, e não amanhã.”

Castro ainda apontou em sua entrevista quais setores estão se beneficiando com a alta do dólar e quais não:

  • Menos beneficiados:
    • Exportadores de manufatura, porque precisam importar insumos para reduzir custos.
    • Exportadores que exportam para a Argentina, porque o país está em crise e importando apenas o básico.
  • Mais beneficiados:
    • Setor de commodities, porque seu preço é definido no mercado internacional, em dólar, além disso é um setor competitivo no brasil em relação a outros produtores estrangeiros.

As empresas que aproveitam para expandir

Quando a cotação do dólar sobe, empresas exportadoras ou negócios que pretendem expandir por meio da exportação podem ver uma oportunidade de garantir mais lucro. Porém, é indispensável aprofundar nessa questão e entender que o câmbio não deve ser o principal ou único fator de competitividade de uma empresa. 

O tema foi comentado em entrevista concedida pelo presidente da AEB, entidade representante do segmento empresarial de exportação e importação. Segundo a Associação, a competitividade de um negócio deve se basear em fatores mais concretos e estáveis, que criem uma base mais sólida não só para para estimular, mas manter a produtividade. 

Um exemplo dado pelo presidente José Augusto de Castro foi a própria criação do Portal Único de Comércio Exterior pelo governo federal. Além dessa melhoria, houve ainda a criação do novo processo de exportação, baseado na Declaração Única de Exportação (DU-E). Esse renovação visa otimizar o processo de despacho aduaneiro de exportação eliminando gargalos, redundâncias e reduzindo significativamente o tempo de exportação. Há, ainda, outros mecanismos de estímulo e manutenção da produtividade, como os incentivos para produção de mercadorias para exportação. Nesse sentido, o governo concede isenção de diversos impostos e incentivos fiscais

Se comparadas a alta do dólar, essas motivações são mais concretas e eficazes no que diz respeito à garantia de mais competitividade às empresas brasileiras no mercado externo. O que as empresas que pretendem lucrar e expandir por meio da exportação precisam levar em consideração é que, independentemente do câmbio, o modelo de negócio precisa ser sustentável por si só. A melhor forma de averiguar as chances de sucesso das operações e/ou de potencializar os lucros por meio delas é realizando uma análise de viabilidade de exportação.

A saída para a sustentabilidade das empresas

Observando a instável alta do dólar e suas origens no cenário econômico nacional e mundial, pode parecer cada vez mais desafiador exportar com confiança e segurança. É indispensável realizar um trabalho preventivo para garantir a saúde financeira do negócio, a eficácia das exportações e, principalmente, a sustentabilidade da empresa. 

O objetivo de realizar operações de Comex é potencializar a lucratividade da empresa, expandindo para o mercado externo e/ou investindo em insumos e tecnologia. Contar com uma consultoria especializada e capaz de te assessorar a tomar decisões de negócio acertadas é ainda mais indispensável em meio à crises e instabilidades.

O Grupo Serpa se destaca por cobrir todas as necessidades de empresas que pretendem importar e/ou exportar. Fazemos a análise de viabilidade de exportação por meio do estudo dos custos, tributos e assessoramos na precificação, para manter os produtos competitivos no mercado externo. Além disso, oferecemos:

  • consultoria completa, que abrange os campos aduaneiro, jurídico, tributário e administrativo;
  • serviços customizados para empresas que querem fazer negócio com os Estados Unidos e China, as maiores potências do mercado;
  • logística internacional, que inclui serviços door to door e cuidados de todo o processo de supply chain;
  • respaldo da certificação OEA (Operador Econômico Autorizado) nas operações logísticas, na modalidade “Segurança”, pela Receita Federal;
  • serviços de transporte rodoviário seguro e eficiente;
  • cotação, negociação e fechamento de câmbio com as melhores taxas do mercado, em parceria com o Banco Rendimento.

Exporte com mais segurança, mesmo em meio a alta do dólar e sua instabilidade. Conte com o Grupo Serpa como o seu parceiro no planejamento e efetivação das operações de Comex. Entre em contato conosco agora mesmo para tirar suas dúvidas e ter acesso às nossas soluções!

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