Em cinco anos, o Brasil apresentou um crescimento considerável na exportação de móveis, o que tem atraído empresários interessados em enviar o seu produto a outros países, especialmente os EUA, maior importador de móveis brasileiros. Continue a leitura e entenda!
Os números da exportação de móveis e colchões têm chamado a atenção de empresários brasileiros que desejam levar o seu produto a outros países. Isso porque o setor cresceu acima da média global, entre 2017 e 2021, de acordo com a Abimóvel – Associação Brasileira das Indústrias do Mobiliário.
Para se ter uma ideia, considerando partes e componentes para móveis, a receita das exportações do setor ultrapassou a marca de US$ 1 bilhão, um salto de 64% em cinco anos. Com isso, o Brasil passou da 30ª para a 26ª posição entre os maiores exportadores do mundo no setor moveleiro.
Os motivos que justificam esse crescimento são vários, como a expansão econômica, industrial e comercial brasileira, especialmente no que se refere ao trabalho desenvolvido por toda a cadeia do setor moveleiro nacional. Tem-se investido em uma série de ações voltadas ao desenvolvimento industrial, a modernização produtiva, adequação ambiental e social, dentre outros aspectos, inclusive a internacionalização das marcas e aumento da exportação de móveis.
Para auxiliar empresas que desejam investir nesse setor, este conteúdo traz um panorama da exportação de móveis brasileiros em todo o mundo, o passo a passo para exportar o produto de forma legal e sem entraves, além de dicas para estabelecer parcerias comerciais com os Estados Unidos, maior importador dos móveis brasileiros. Acompanhe!
Tipos de móveis mais exportados
De acordo com levantamento da IEMI – Inteligência de Mercado, com base em dados da Secretaria de Comércio Exterior – Secex, vinculada ao Ministério da Economia, a indústria brasileira exportou US$ 937,9 milhões em móveis prontos e colchões, em 2021, valor significativamente superior ao obtido em 2017, quando teve início a série histórica de cinco anos e foram exportados cerca de US$ 553,2 milhões. Os tipos de móveis mais enviados para fora do Brasil, em 2021, foram:
Móveis (US$ 810,9 milhões)
- Móveis de metal para escritório
- Outros móveis de metal
- Móveis de madeira para escritório
- Móveis de madeira para cozinha
- Móveis de madeira para dormitório
- Outros móveis de madeira
- Móveis de Plástico
- Móveis de outras matérias
Assentos (US$ 103,5 milhões)
- Assentos giratórios
- Assentos transformáveis em camas
- Assentos ratan, vime etc.
- Assentos estofados
- Outros assentos
Colchões e suportes (US$ 23,5 milhões)
- Suporte para camas
- Colchões
Principais destinos da exportação de móveis
Os Estados Unidos foram o principal destino dos móveis brasileiro no exterior, em 2021. O país recebeu 35,7% do total exportado pela indústria brasileira. Também apresentam destaque as exportações para países como Chile, Uruguai, Reino Unido e França:
- Estados Unidos (US$ 334,5 milhões) – 35,7%
- Chile – (US$ 109,1 milhões) – 11,6%
- Reino Unido – (US$ 67,7 milhões) – 7,2%
- Uruguai (US$ 63,6 milhões) – 6,8%
- Peru – (US$ 53,7 milhões) – 5,7%
- Paraguai – (US$ 29,1 milhões) – 3,1%
- Bolívia – (US$ 24,4 milhões) – 2,6%
- Porto Rico – (US$ 20,3 milhões) – 2,2%
- Países Baixos (Holanda) – (US$ 20,1 milhões) – 2,2%
- França – (US$ 19,9 milhões) – 2,1%
- Outros países – (US$ 742,9 milhões) – 20,8%
Como exportar móveis para os Estados Unidos
Em 2021, 47,1% da demanda de consumo de móveis dos Estados Unidos foi atendida pelas importações. Levantamentos mostram que o consumo doméstico vem crescendo e a produção interna caindo, cenário que é bastante favorável para exportadores de móveis de mercados que se encontram em ascensão, como o brasileiro.
Importante ressaltar que, se os móveis para exportação forem de madeira, podem precisar de documentações específicas junto ao IBAMA e outros órgãos.
Para investir na exportação de móveis e conseguir fechar negócios com bons parceiros, especialmente os norte-americanos, considerados um dos mais exigentes, além de um dos mercados mais complexos do mundo, o exportador brasileiro precisa entender em detalhes como começar a exportar. Veja as principais etapas:
Planeje
Esse processo trata-se da entrada de um produto estangeiro em outro país, com novas regras e cultura, por isso, a exportação demanda planejamento. Elabore estudos e levantamentos que vão apontar as chances do produto ser bem aceito, como se comporta aquele mercado, qual a viabilidade da operação, qual o modelo de negócios mais adequado, dentre outros assuntos. Assim, no planejamento para exportação de móveis, deve-se considerar:
- Análise do produto;
- Análise do mercado;
- Análise de viabilidade.
Registre a empresa
Realizar o registro da empresa consiste no cadastramento nos sistemas de Comércio Exterior do Brasil, que são:
- RADAR – Ambiente de Registro e Rastreamento da Atuação dos Intervenientes Aduaneiros: órgão da Receita Federal que examina empresas, submetendo-as à análise fiscal; a partir daí, estima sua capacidade financeira e define o enquadramento de sua habilitação, podendo ser limitada ou ilimitada.
- Siscomex – Sistema Integrado de Comércio Exterior: sistema informatizado responsável por integrar as atividades de registro, acompanhamento e controle das operações de comércio exterior, através de um fluxo único e automatizado de informações.
São registros considerados simples e, geralmente, não apresentam entraves, desde que a empresa esteja regularizada e livre de pendências fiscais.
Analise as exigência para entrada e/ou comercialização nos EUA
Esse aspecto é muito importante, afinal, cada país tem suas próprias exigências.
Para os EUA, é importante verificar a necessidade de certificados e documentos de órgãos reguladores que atestem a qualidade do produto, processos de inspeção, dentre outras possibilidades que, caso não sejam levantadas, podem inviabilizar a exportação.
Negocie com o importador
O contato e a comunicação com o importador são muito importantes, afinal, é necessário negociar e estabelecer um contrato com a outra parte, definindo responsabilidades e prazos.
Por ser uma negociação internacional, o exportador brasileiro precisa estar a par de questões culturais e regras do país para o qual a mercadoria será enviada. Alguns dos aspectos a serem considerados na exportação de móveis e outros produtos são:
- Classificação da mercadoria;
- Embalagem;
- Condições de venda;
- Incoterm a ser utilizado;
- Preço de exportação;
- Modalidade de pagamento escolhida;
- Prazo de entrega da mercadoria;
- Entre outros.
Providencie a documentação
Existem documentos considerados “padrão” que são demandados na exportação:
- Registro de intenção de compra por parte do importador;
- Contrato de câmbio;
- Modelos de fatura pró-forma;
- Documentos do contrato de exportação;
- Certificado de Origem;
- Certificado de Análise (se necessário).
Além desses, é preciso levantar quais são os documentos específicos para cada tipo de mercadoria exigidos para a exportação, no país de origem, e também para a importação nos EUA, para que os produtos cheguem ao país de destino de forma legal, sem complicações no embarque ou desembarque.
Realize a exportação
Assim que for definido o modelo de comercialização dos produtos no país de destino e o modelo de negócios, além do levantamento da documentação, é hora de partir para a exportação de móveis, que permitirá que a mercadoria seja enviada e chegue aos EUA.
Nessa etapa são muitas questões burocráticas envolvidas, como despacho aduaneiro, inspeção de mercadorias, seguro internacional de cargas, registros, fulfillment, logística internacional e outras. Justamente por isso, planejamento e execução eficazes das etapas são fundamentais. Com o bom andamento, é possível dar continuidade à relação com os parceiros de negócio internacionais a longo prazo.
Dicas para exportar móveis para os Estados Unidos
Ao investir na exportação de móveis do Brasil para outros países, especialmente os EUA, o exportador precisa conhecer as principais regras e exigências impostas pelo governo estrangeiro, para garantir que a operação, do início ao fim, terá sucesso e a relação comercial com o país se manterá. Nos Estados Unidos, algumas dicas são importantes no contexto da exportação de móveis:
- Para exportação de móveis de madeira, é necessária uma análise do tipo de madeira usada na fabricação das peças, pois algumas espécies podem precisar de documentações específicas junto ao IBAMA e outros órgãos;
- Caso alguma peça seja de madeira bruta, existe a necessidade, no desembaraço da importação – nos EUA, de liberação da carga, considerando a Lei Lacey, e os itens deverão estar fumigados;
- Ao trabalhar com alguma peça que seja de MDF é importante atentar-se para o nível permitido de produtos à base de ureia (usado para tratamento interno) – responsabilidade do NIST – National Institute of Standards and Technology, agência governamental não regulatória da administração de tecnologia do Departamento de Comércio dos Estados Unidos.
Conte com o Grupo Serpa para exportar móveis
Empresas brasileiras que desejam investir na exportação de móveis para os EUA precisam se planejar antes de colocar esse projeto em prática. A exportação exige conhecimento do mercado internacional e das regras para envio de mercadorias para o exterior. Justamente por essas exigências é que contar com uma consultoria especializada faz toda a diferença.
O Grupo Serpa oferece serviços e soluções para atender demandas de empresas de todos os portes que desejam fazer negócios com os Estados Unidos, seja importando ou exportando. São oferecidos atendimentos especializados voltados a:
- Estudo de viabilidade de exportação
- Consultoria Jurídica e Aduaneira
- Desembaraço Aduaneiro
- Logística Internacional
- Abertura de empresas e registro de marcas e patentes
- Registros FDA, TSA, dentre outros
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